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A Mulher Selvagem tem uma força psicológica e instintiva que a acompanha, natureza que é citada na Psicanálise e na Biologia. Sábia, muitas vezes ela é considerada uma mulher “que mora no final do tempo” ou “que mora no fim do mundo”. Ela é amiga e mãe de todas as que se perderam, de todas as que precisam aprender, de todas as que têm um enigma para resolver, de todas as que estão lá fora na floresta ou no deserto, vagando e procurando. (ESTES, 1994, p. 11) A amizade entre essas mulheres, as que se ligam pelas suas dores, pelos seus cuidados intensivos e exaustivos, angustiantes e familiares, são mais do que uma relação de amizade. Há cumplicidade, solidariedade, comprometimento, presença, colo.

A Mulher Selvagem está além de seu tempo, pois compreende, percebe, cuida, prevê futuros administrando problemas e encontrando soluções, surpreende a muitos.

De onde vem sua força?

Essa mulher selvagem é também como uma árvore que e se encontra em um bosque ao lado de outras árvores. Elas se conectam entre si devido ao tamanho e profundidade de suas raízes. Essa liga comum aos grupos com membros em situações similares, é feita de um afeto incondicional e resulta em uma relação de amizade genuína.

Podemos compará-la também aos anjos, guardiões.

No entanto, nem todas essas mulheres possuem as duas asas. Cuidadoras intensivas, responsáveis por vulneráveis, nascem com uma asa só e somente podem voar quando se unem a outra mulher selvagem. Assim ficam completas e juntas poderão voar. Foi o que disse uma mãe (veja aqui). Essas mulheres sabem que tornar-se-ão mais fortes se estiverem unidas.

Árvores

Essas mulheres são como árvores. Ao se unirem, ao cuidarem uma da outra, protegem-se, criam forças. Acolher uma à outra fortalece seu interior, alimenta a alma. Sem essas energias, é adoecedor continuar em seu papel de cuidadora.

Árvores, metáforas, símbolos marcantes na revista O Cuidador, muito nos ensinam. Dão oxigênio, flores e frutos, protegem do sol e da chuva, são elementos importantes no clima, na produção de alimentos, na proteção da fauna. São muitas as possibilidades…

Imagem capa da revista O Cuidador ed 1 - 2008
Árvore oca, imagem de capa da revista edição 1 – O Cuidador

Essas árvores não podem ser ocas, vazias ou dominadas por parasitas. Necessitam manter a seiva, manter a força de seus galhos. Não podem secar antes cumprirem seu ciclo de vida. No entanto, quando cuidam de pessoas frágeis são como árvores que ficam ocas, são como anjos de uma asa só.  Adoecem muito no cuidado intensivo.

Como poderão seguir cuidando se ficam frágeis? Como cumprirão o ciclo de seu arquétipo, o de Mulher Selvagem?

Elas precisam estar com seus pares, pois ao se unirem, essas mulheres criam força que as faz seguir, que lhes permite voar, que lhes auxilia a encontrar soluções aos problemas. Não devem ficar sozinhas, precisam da comunidade para se tornarem pessoas inteiras.

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Referência – ESTES, Clarissa Pinkola. Mulheres que correm com os lobos: mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem. Trad. Waldéa Barcellos. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.

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MARILICE COSTI é Especialista em Arteterapia, Mestre em Arquitetura, autora de diversos livros, entre eles: “As palavras e o cuidado: Arteterapia e Literatura”, “A fábula do cuidador” “Como controlar os lobos? e vários de literatura, entre eles Ressurgimento – livro Prêmio Açorianos em 2006. Foi editora da revista O Cuidador, para cuidar quem cuida (2008-2015), finalista no Prêmio Brasil Criativo – SP, em 2014.  Criou Cuidaqui.com. Atualmente atende em seu Atelier com Arteterapia e Literatura/ Cursos. Dá palestras.

 

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Marilice Costi é escritora, poeta, contista. Especialista em Arteterapia e Capacitada em Neuropsicologia da Arte, é graduada em Arquitetura e mestre em Arquitetura pela UFRGS. Publicações: livros e artigos. Foi editora da revista O Cuidador.
 
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